quinta-feira, 3 de julho de 2008

Amanhã acordarei antes do sol, claro, só para desperir da lua, e logo voltarei a dormir, para que o sol tenha sua chance de me acordar mais tarde. Os ônibus são apenas um fato que não muda sua rotina. E nem é bom ficar em casa descançando, né? (sem onibus para ir para a aula)

sábado, 17 de maio de 2008

Círculo Brilhante

O que o reaviva é olhar para o negro azul do céu, ver o reflexo de um círculo brilhante naquelas gotas d'água sob a natureza de seu quintal - flores e plantas que ali moram desde sempre e sempre o apóiam com sorrisos e folhas novas.
Ele vive a sentar na grama e dali de perto escutar os silenciosos galhos que se põe a, com o vento, conversar.
Olhando as mil estrelas ele põe-se a cantar e tocar sinfonias com suas memórias e sonhos - e a lua o faz parar e silenciosamente a observar...

Tal silêncio que com o presente (tempo) vem a se perder (ou tornar-se eterno) e o que parece é que não teremos mais o negro azul do céu para olhar, nem uma lua para admirar.

sábado, 19 de abril de 2008

Frias ruas

Passo nessas ruas - que são frias - e vejo caminhadas de rotina para todos os lados. Cada qual com seus objetivos, como se fosse o único. Pensando em seus problemas e afazeres, vão todos com pressa de chegar no doce, como se fossem formiguinhas.
Passando por mil faces desconhecidas, mil possibilidades - dispersas se vão sem nem as perceber.
O porque das pessoas se designarem a uma única reta - o mesmo as fazem frias.




como fantasmas

sábado, 8 de março de 2008

Forte luz.

Da janela despertou aquele desejo, pois lá de fora, uma forte luz o chamava incansavelmente e seus olhos curiosos não podiam fugir. Não tinha forma, não haviam mais sombras, tudo estava coberto por aquela luz. Quando se debruçou na humilde janela de madeira, paralisou e ali ficou por alguns minutos e enquanto ali permanecia, sem mesmo piscar, começava a perder sua consciência - então compreendia a forma daquela luz.
Penetrando mais profundamente os olhos naquela indecifrável forma luminosa, começava a ver uma sombra dentro de si, que pouco a pouco ia sumindo na mesma velocidade em que a luz ia passando de seus olhos e tomava conta de sua mente.
Concentrado ali, podia ver que era cristalina e não podia mais fechar seus olhos, não podia mais respirar, o vento entrava rapidamente e cada vez mais rápido - fora de controle, parecia não ter limite e aquela era uma sensação prazerosa que logo viria a ser cansativa, isso é, se ele estivesse naquele momento consciente.
Com o tempo, depois de a luz chegar internamente aos seus pés, preenchendo lado a lado, todo canto de seu corpo e mente, começa retornar a consciência e ar não lhe falta. Mas falta sim, algo - algo que havia perdido naquela imensidão de luz. Em sua confusa mente havia uma impressão de que segundos atrás sabia sobre tudo e toda sua vida, da vida dos outros também, mas não lembrava mais de nada e nem teria certeza se perguntassem quem era ele.
Tomou d'um copo que perto dali estava e agora podia fechar seus olhos, estava refrescado e muito assustado, confuso e perturbado, não sabia se realmente viu aquilo. Aquilo que por algum motivo, retirava todas suas curiosidades que até ali tinha, retirava também todas suas vontades, sonhos, e com certeza, se ninguém entrasse por aquela porta, que se encontrava logo ao lado da janela, não sairia de casa e nunca mais viria o mundo.
Estava no chão, chorando sobre a madeira escura que o sustentava. Não teria mais seus motivos para viver, quando derrepente caem lágrimas de outra pessoa, que embora ele não soubesse, estava ali escondida, atrás da cortina da janela - acompanhou tudo, não viu luz alguma e estava disposta a ajuda-lo, mas estava naturalmente assustada e confusa também.
Conversaram e logo tudo se acalmou, por um sonho não viveu e passou a vida tentando esquecer do sonho que havia tido aquela noite - tristes estrelas que o acompanharam.

...Eu não falava de crença.

Verde frescor e um desenho

Verde frescor

Deitarei naquela cama, cama de folhas verdes e vivas, tão verdes e vivas... E então dormirei com um profundo alívio, sentindo aquele frescor do frio vento sul.
Em meus sonhos eu gritarei retirando todo o ar dos pulmões e inspirando um ar fresco, do vento sul, sentirei aquele frescor de quem toma uma ácida limonada.
Preciso de um abraço e dormir - sonhar com isto para sempre.

Um desenho

Um desenho que venho fazendo, pego uma folha e começo a desenhar ele, digo 'venho fazendo' porque é a terceira vez que o desenho, e ele vem se expandindo! Começando pela tocha, cria ondas na poça, que é cercada de capim, que também cercam uma árvore, que tem uma toca - uma casa. Também uma casa ao fundo... Infelizmente não dá para ver direito, mas há um caminho da casa até o lago...(ou poça) :)

Dei uma pintada (pela primeira vez faço isso) no photoshop para ver como ficava - Na imagem acima fica melhor.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Cansado...


Cansado sim, cansado.
Estou cansado de esperar, esperar com que o vento termine de arrastar as conhecidas ondas para bater nas antigas rochas cheias de limo e então fazer aquele belo som - muito particular, de forma repetitiva mas sempre com seus detalhes diferentes e devo dizer que é bom para dormir.
Talvez cansado de ver aquelas aves voando e roubando o peixe das companheiras, brigando para matar a fome, garantindo sua sobrevivência diária naturalmente.
Cansado de muita coisa, o suficiente para dormir muito, muito, muito e muito. Dormir o dia inteiro e depois notar que a noite não é o suficiente para matar este cansaço.
Então mais tempo, preciso dormir por séculos, hibernar por todas estações e logo pela manhã de amanhã acordar energético, livre e energético para respirar, para ouvir, cantar, observar e amar.
Muito sono, sono que não deixa o sol nascer, sono que não deixa chover, sono para não deixar a lua aparecer, sono para sonhar com um profundo e longo descanso.
Cansado de escrever, cansado de...

Boa noite.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A Chama


Do fogo vejo em minha mão esquerda, marcas fatais que, embora não cabíveis à visão humana, ardem como no momento em que o tal signo ascendeu.
Uma profunda gama de essências, que agem como combustível para uma febre e alucinado fico sentindo lapidações das melodias...
Melodias estas que vem de uma traçada e parte dela é marcada por uma chama, o tal signo, características que vem, desde a existência, florescendo ao mesmo tempo que queimando.
Uma marca que mantém queimando, além da mão - machucando, o peito - vida, e conseqüentemente fervendo idéias em minha mente.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Temporal

Este temporal soa como um alívio sob um caos, como se estivesse controlando para não espirrar e derrepente BUM, o tempo espirra e alaga a cidade inteira.

Quando espirro, normalmente é por causa de poeira ou alguma irritação por conta de um monte de seres microscópicos e insignificantes e tão significantes que tomam boa parte de minha garganta, nariz e faz-me ficar controlando um espirro que derrepente BUM.

Enquanto tudo isso me parece um grande alívio, me parece também um grande caos - os seres microscópicos correndo de um lado para o outro, sem saber o que fazer, sem nem saber o motivo deste espirro. Afinal de contas, eles não tem noção e só estão fazendo o que seu instinto manda.

Deste modo as coisas continuam tão naturais, uns com seus pensamentos de fé enquanto outros tem seus pensamentos céticos, e embora diferentes, todas as perguntas tomam respostas que se encaixam perfeitamente (ou quase).